quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Entrevista: Woslom


Polêmico Rock - Olá pessoal do Woslom, é um enorme prazer ter essa banda de puro Thrash e profissionalismo aqui nas minhas páginas. Vocês poderiam, por favor, começar a entrevista contando um pouco da história de vocês?

Fernando Oster O prazer é todo nosso em participar do Polêmico Rock. Bem, a história é longa (risos), mas a gente prefere contar da parte mais recente que é o que interessa.
Depois de muitas trocas de integrantes e alguns registros em Demos, finalmente em 2009 com a entrada do Silvano Aguilera e a composição do CD "Time to Rise" praticamente terminada, entramos em estúdio para finalizar os vocais e o restinho do instrumental e finalmente em 2010 lançamos o álbum, vídeo clip e tudo mais. Tivemos uma ótima repercussão dele aqui no Brasil. Hoje nosso line up é formado por: Silvano Aguilera (guitarra/vocais), Rafael Iak (guitarra), Francisco Stanich Jr. (baixo) e Fernando Oster (bateria).

Polêmico Rock - Eu vejo o som de vocês como um Thrash moderno. Aliás, obviamente, com influências da velha escola, como Kreator ou Nuclear Assault, mas vejo algo mais puxado para ao Testament ou Metallica. Eu estando certo ou errado, me fale um pouco sobre suas influências, bandas e elementos que os influenciaram nesta trajetória.

Fernando OsterEstá certo, mais ainda quando se fala da Bay Area, na Califórnia mesmo. Testament, Metallica, Exodus, etc. O thrash europeu é influência também. Nosso som é mais melódico, existem mais variações na musicalidade. Neste primeiro trabalho foi inegável calcarmos nas nossas influências mais marcantes.

Polêmico Rock - A banda esta a uma década ou mais na ativa. Eis que me esbarrei com clipes no youtube (“Mortal Effect” e “Time To Rise”) – muito profissionais por sinal – sem contar a produção das canções. Como rola essa persistência em fazer música de qualidade?

Fernando OsterIsso é algo que sempre quisemos fazer, não vamos nunca lançar qualquer coisa. Então demoramos demais até conseguir encontrar o ponto de equilíbrio. Porque por mais que você seja um bom músico, para registrar as músicas, precisa de um bom engenheiro de som, um bom estúdio, uma produção que irá demandar investimento financeiro. Mesma coisa para o vídeo clip. Pegar uma filmadora e sair fazendo vai ser muito amador como a gente vê muitos por aí, então é melhor fazer um projeto legal para que se tenha um bom resultado.

Polêmico Rock - Aproveitando o gancho da pergunta anterior, vocês podem comentar um pouco sobre essa questão de ser músico no Brasil, e as respectivas dificuldades encontradas.

Fernando OsterNa verdade ainda estamos tentando nos profissionalizar. Nós quatro somos músicos filiados, mas não é fácil viver de música aqui no nosso país, é preciso diversificar. Dar aula, trabalhar com instrumentos, produção, engenharia de som são alguns dos exemplos. E ainda sim, mesmo os músicos profissionais, estudados que fazem parte até mesmo de orquestras trabalham muito para conseguir sobreviver em nosso país. Todo mundo sabe que o incentivo à cultura subsidiado pelo governo ainda é muito pequeno e restrito. Nós ainda temos nossos trabalhos habituais que pagam nossas contas fora do mundo musical, exceto o Silvano que trabalha com música em tempo integral. O que fizemos foi buscar flexibilidade, já que a banda demanda tempo e disponibilidade.

Polêmico Rock - Vocês passaram longos anos lançando demos, e finalmente saíram com o full-lenght “Time To Rise” em 2010. Como foi alcançar este objetivo para vocês?

Fernando OsterIsso mesmo, lançamos diversas demos, mas em nenhuma delas nós estávamos contentes, muito provavelmente porque fizemos do modo errado. O nosso primeiro objetivo e principal sempre foi o lançamento do primeiro trabalho com qualidade e isso nós conseguimos finalmente em 2010.

Polêmico Rock - Ainda falando do “Time to Rise” de quem foi a idéia da arte do disco? Que mensagem vocês queriam passar com ela? NOTA: a capa contém uma ampulheta em meio a um cenário apocalíptico.

Fernando OsterToda a concepção de arte foi nossa, o artista que elaborou a capa foi o Jobert Mello. A mensagem é puramente ‘Time to Rise’, ou seja, hora de acordar pois o tempo não volta atrás, o que você tiver que fazer tem que ser agora.

Polêmico Rock - Uma curiosidade: Vocês possuem uma demo só com covers do Metallica, não é isso? Explique-me um pouco de como rolou a decisão de fazê-lo, e porque.

Fernando Oster - Putz, você foi no fundo do baú. Essa demo ou gravação na verdade nunca foi publicada, foi uma gravação que fizemos em estúdio há uns 10 anos, dos integrantes originais somente eu (Fernando Oster) e o Francisco Stanich Jr. Olha cara, pensando bem hoje, nem sei porque gravamos isso (risos), acho que a idéia era conseguirmos mais shows na época como banda cover, já que éramos um Metallica Cover.

Polêmico Rock - Vocês possuem uma quantidade de demos consideráveis antes do “Time To Rise”. Algumas canções entraram no disco, outras não. Mas vocês executam todas as canções ao vivo? Vocês pretendem lançar algumas canções dessas demos em algum futuro trabalho?

Fernando OsterNa verdade nenhuma canção de nenhuma demo entrou. Apenas duas músicas ("Time to Rise" e "Downfall") que havíamos divulgado anteriormente com nosso antigo vocal. O que acontece é que alguns sites publicaram isso como uma demo, mas na verdade nem foi divulgado desta forma oficialmente. Sim, executamos todas as canções do álbum ao vivo. Provavelmente não lançaremos nenhuma música das demos antigas, mas existem sim idéias daquele tempo que poderão ser reaproveitadas.

Polêmico Rock - Quais são os planos da banda para 2012? Podemos contar com mais Demos/EPs ou mesmo mais um full-lenght?

Fernando OsterDemos e EPs provavelmente não façamos mais. Estamos trabalhando em novas composições mas ainda é cedo pra dizer quando serão lançadas. Os planos para este ano são de continuar a nossa divulgação aqui no Brasil e no exterior.

Polêmico Rock – Como acontece o processo de composição das canções no quesito instrumental?

Fernando Oster Normalmente o Rafa Iak traz as bases e os riffs principais e vamos montando a música. Depois fazemos os arranjos e por fim escrevemos as letras já em cima de uma melodia vocal. Para este novo álbum já teremos material do Silvano Aguilera, já que quando ele ingressou na banda praticamente tudo estava pronto.

Polêmico Rock - E no âmbito das letras, como rola este processo de composição? Alguém em específico é responsável por escrevê-las, ou todos contribuem de alguma forma?

Fernando OsterNeste primeiro trabalho nós temos letras até de integrantes antigos. Existem também letras de autoria do Rafa Iak e minha (Fernando Oster). E também letras aonde eu e o Rafa escrevemos juntos, um complementando as idéias do outro.

Polêmico Rock - Como tem sido o andamento dos shows de vocês, e a aceitação do público perante ao som e proposta do grupo?

Fernando OsterNeste ano de 2011 fizemos cerca de 40 shows em 4 estados brasileiros, a maioria no estado de São Paulo. A aceitação não poderia ser melhor, em todos os shows sempre tem alguém que nos conhece e que veio para nos ver.

Polêmico Rock - Qual a origem da palavra “Woslom”?

Fernando Oster - Putz, outra do fundo do baú hein? (risos). É um nome totalmente inventado pelo Francisco Stanich Jr. Enquanto eu desenhava nosso primeiro logo, ele viu um W ao invés de um M aí decidimos usar essas duas letras no nosso nome e o Chico mandou essa pérola, "Woslom". Acabou ficando.

Polêmico Rock - Como você enxerga hoje o uso da internet para download de arquivos? Vocês enxergam como uma boa ferramenta de divulgação, ou acham que ainda esta ferramenta traduz-se em uma pedra no sapato para os músicos?

Fernando OsterNa minha opinião existem os dois lados. Um deles é de que o nosso trabalho só foi possível por existir essa nova forma de divulgação. Há 15 anos era muito difícil registrar um trabalho e divulga-lo sem apoio de grandes empresas. O outro lado é que da forma como ele é exposto e popular, você acaba não ouvindo nenhum trabalho da forma que se deve. Hoje você faz download de 20 títulos e acaba não ouvindo nenhum com atenção. Há 15 anos eu comprava um CD e punha ele no meu aparelho de som e ouvia dias e dias, eu curtia a capa do CD, lia as letras, digeria o som e me tornava fã do artista ou banda. Hoje isso é muito raro acontecer, pois a quantidade de informação é enorme e é impossível conhecer tudo.

Polêmico Rock - Por favor, deixe uma mensagem para os fãs do Woslom, contato para shows, etc.

Fernando Oster Obrigado ao Polêmico Rock pela oportunidade. Para quem não conhece nosso trabalho, acesse www.woslom.com ou www.myspace.com/woslom. Assistam aos nossos clipes!!!

Polêmico Rock - Mais uma vez agradeço a presença de vocês aqui, um enorme prazer estar divulgando o nome de uma banda tão promissora, e que faz um som matador. Desejo muito sucesso na carreira de vocês. Horns Up!

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