domingo, 11 de julho de 2010

Caso encerrado para Nergal (Behemoth)

          Acha - se um absurdo todos os acontecimentos de repressão por parte do cristianismo na Idade Média. Porém e, vergonhosamente, isto continua à acontecer. Não me refiro à repressão violenta, mas à repressão contra ideológicos, e consequentemente formas de pensar e agir. A banda de Metal Extremo, Behemoth, da Polônia, teve seu caso encerrado há poucos dias. Para ser mais específico, Adam "Nergal" Darski, vocalista e líder da banda Behemoth, foi processado dois anos atrás por um líder de um grupo contra seitas (Ryszard Nowak) na Polônia por ter rasgado uma bíblia em um dos seus shows.



           Não é de se espantar que o Behemoth trate de assuntos pagãos e satanistas em suas músicas, assim como muitas outras bandas de Death e Black Metal, e também não é novidade a posição do cristianismo contra qualquer forma de ideológico que seja contrário ao deles. O que se torna surpreendente, é o fato do Ryszard Nowak ter ido ao show da banda justamente com intenção de incriminá - los (idéias "um pouco" maquiavélicas para um cristão, não acha?). 
          Com o passar do tempo, durante esses dois anos, a banda teve uma maior atenção por parte da mídia, assim como Nowak, que estaria ligado à um partido político cristão. Hipóteses também foram levantadas contra Nowak. Estaria ele, tentando incriminar a banda apenas para conseguir votos e apoio financeiro para as eleições? Krzysztof Kowalik, teólogo convidado à participar do jugamento de Nergal, deixa claro sua imparcialidade com relação ao assunto. Confira: 

"Depois de anos em que foi impossível e proibida a aberta contradição com a Igreja, as pessoas na Polônia estão agora lentamente começando a criticar o que não gostam de seu funcionamento. De certa forma, eu acho que Nergal representa essas críticas que muitos cidadãos sentem, mas nem sempre se atrevem a dizer. Infelizmente, as conseqüências que se seguiram às suas ações, sem dúvida estavam fora de seu controle. Obviamente, este tipo de crítica não é aceitável nem eficaz. Não há dúvida sobre isso. Por outro lado, é também claro que Nergal criticou a Igreja Católica e rasgou uma Bíblia, em um contexto particular. A Bíblia não é apenas um texto sagrado para os católicos, mas também para os protestantes e ortodoxos, por exemplo. A Bíblia não deveria ser tratada desta forma. No entanto, Nergal é a única pessoa que pode atacar a Igreja como uma instituição de tal forma violenta. É por esta razão que acredito que Nergal deve aprender uma lição com suas ações, mas que ele não deve ser condenado."

Krzysztof Kowalik dá sua opinião sobre a atitude de Nowak:

"É claro que os políticos do "Prawo i Sprawiedliwosc" ainda não estão prontos para isto. Eles estão esperando por uma sentença pesada para Nergal, para que possam fisgar mais alguns votos e o apoio financeiro da Igreja Católica durante as próximas eleições. Além disso, não deve ser esquecida a hierarquia eclesiástica."


          Felizmente, o caso foi encerrado, e Nergal junto ao Behemoth não teve de enfrentar nenhum tipo de punição. Mas se não fosse esse o caso, o que seria feito com relação às atitudes de outras bandas? Este é um assunto complexo, pois muitas bandas, mesmo não sendo de Rock e/ou Heavy Metal, já enfrentaram grandes problemas em terras polonesas. 
          O atraso mental por parte das pessoas que seguem o cristianismo, e a ambição por poder daqueles que comandam as Igrejas, serão sempre a combinação perfeita para que pensamentos diferentes não tenham um lugar próprio.











quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Era Grunge

          Um novo estilo de música nascera em meados dos anos 90, o Grunge. O Glam Rock estava em declínio, e os cabelos coloridos e as roupas chamativas estavam dando lugar às calças jeans rasgadas e aos famosos casacos quadriculados de linha. Como toda banda, ou estilo musical em seu auge, é fato que esse acontecimento também viria acompanhado de críticas.
          Nos anos 80, bandas como Green River e Mother Love Bone começaram a mold
ar esse novo estilo de música, que viria a se oficializar no final dos anos 80, e conquistar uma legião de fãs no começo dos anos 90. Soundgarden, Pearl Jam, Stone Temple Pilots, Alice in Chains e principalmente o Nirvana, foram uma das bandas mais aclamadas da época. Alguns fãs dirão
que o Alice in Chains é Heavy Metal, assim como outros dirão que o Nirvana beirava mais pro Punk Rock do que Grunge, porém, o fato dessas bandas carregarem fortes atributos do meio em que se encontravam, acabaram sendo praticamente oficializadas como Grunge ... mas isso não é relevante aqui.
          O que dizem por aí, ou melhor, o que ACUSAM por aí, é que o Grunge tirou oportunidades para muitas bandas da década de 90. Então, vejamos:
  • O Pantera estava em seu auge: com o lançamento do "Cowboys From Hell" no ano de 1990, e seus albuns subsequentes, a banda acabou consolidando sua carreira nesta mesma década;
  • O Sepultura, que surgira nos anos 80, porém, estava estruturando seu Thrash Metal em meados de 1992, e estava sendo a banda brasileira mais respeitada da época;
  • Até mesmo o Death Metal, garantiu que seus albuns mais vigorosos seriam lançados neste período, por bandas como Death, Deicide, Morbid Angel, Cannibal Corpse, e assim por diante;
  • O Metallica, apesar do sucesso obtido anteriormente, garantiu que o álbum auto-intitulado (vulgarmente chamado de "Black Album") seria o mais vendido de sua carreira. Quando? Nos anos 90, claro.
  • Iron Maiden ... "No Prayer For The Dying" e "Fear Of The Dark" ...
  • A banda Kyuss, originando o estilo Stoner Rock.
          Esses exemplos são apenas a ponta do iceberg. Acho até injusiça, chamarmos a década de 90 como "A Era Grunge", uma vez que tenha sido uma época muito justa para todos os estilos musicais, ou seja, uma época para todos. Ainda arrisco a dizer que, através dos fatos e exemplos apresentados aqui, essas bandas, principalmente o Nirvana, ajudaram à abrir portas. É, infelizmente (ou felizmente) é assim. Nirvana, uma das bandas mais famosas da época, garantiu que milhões de adolescentes tivessem em suas casas o "Nevermind". Outros milhões de "revoltadinhos", provavelmente compraram o "Black Album" do Metallica. (NOTA: Uso o termo "revoltadinhos" para se referir aos indivíduos que evitam uma tendência musical, e acabam caindo em outra) E assim, como havia dito anteriormente, essas bandas abrem portas para que os "pré - aborrescentes" cheios de espinhas na cara, super revoltados, venham a se tornar pessoas adultas com uma bagagem de Rock and Roll muito mais desenvolvida no futuro.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

"A minha banda é melhor que a sua"

          Frases do tipo "Metallica é melhor do que Megadeth" ou "Yngwie Malmsteen é melhor que Steve Vai", me faz até mesmo pensar no comportamento do ser humano e sua constante necessidade de mostrar ao outro que seu gosto musical é melhor. E nessa discussão que parece não ter fim, - aliás, não tem - vale de tudo: discussões em fóruns que nunca terminam, argumentos para mostrar que o outro está (supostamente) errado, enfim. Há ainda aqueles fãs mais chatos que acham que sua banda preferida é o centro do universo. Coisas que de fato, enchem a porra do saco.
          O difícil de enxergar, acredito que seja o ponto de partida para se comparar uma banda com a outra. Melodia? Técnica? Criatividade? Letras? Quantidade de albuns lançados? Existem inúmeros fatores que podem levar à inúmeros debates sem fim. Acredito que se as pessoas enxergassem esse ponto de partida, metade das discussões seriam minimizadas, pois o que um leva em consideração pode ser desprezível para outro.

















Joãozinho: - Ih, olha ali, o cara de guitarra dupla, sinistro.
Pedrinho: - Sei não cara, olha ali o outro, vários malabarismos com a guitarra.
Joãozinho: - Isso não diz nada ... o meu fez muito mais história,
Pedrinho: - Mas o meu é muito mais veloz, e influenciou o Heavy Metal.
Joãozinho: - Ah, e o meu não foi influência não? Foi o que então?





quinta-feira, 1 de julho de 2010

O novo e o velho Sepultura


          "Sepultura novo" ou "Sepultura sem Max" são umas das denominações usadas para nomear o rumo do Sepultura tomado depois da saída de Max Cavalera. A polêmica além de girar em torno da saída dos irmãos Cavalera e consequentemente a banda continuar sem eles, há também o fato de a banda ter mudado drasticamente seu som.
          A banda estreou no cenário com um som basicamente Death e Black Metal (em Morbid Visions e Schizophrenia) e mergulhando em um som Thrash Metal ao longo do tempo (em Beneath the Remains, Arise, Chaos A.D., e assim por diante) com uns outros elementos que acabaram dando uma identidade à banda. A banda já havia mudado bastante o estilo de som até aqui para encontrar uma certa identidade, mas ainda sim a banda continuava firme, agradando muitos fãs, e tocando os clássicos em shows.
          Há muitas bandas que demoram a encontrar o que querem, ou simplesmente desejam de fato mudar, ou melhor, evoluir alguns elementos, mas sem perder a postura. Porém, há aquelas que de fato "se perdem" no meio do caminho, exatamente como aconteceu com o Sepultura, e justamente quando ocorreu a saída do Max, (Coincidência, não?) devido à conflitos da banda com sua esposa, Glória. Como se isso não bastasse, o Igor Cavalera vêm a sair da banda posteriormente, levantando a questão se, o Sepultura de fato, deveria continuar sua trajetória.
          No mundo da música, coisas acontecem. Coisas boas e ruins. Quando coisas ruins acontecem, muitas bandas conseguem dar a volta por cima. Outras não. O "Caso Sepultura" torna - se algo muito delicado, pois a banda está produzindo músicas muito diferentes da sua proposta de banda no passado, e saindo de uma fórmula que estava dando certo. Músicos e bandas de todo o mundo e de todos os estilos que antes respeitavam ou mesmo dividiam o palco com a banda, agora levanta questionamentos à respeito da banda de fato seguir por onde está seguindo.
          Apesar de minha preferência recair sobre o Sepultura "antigo", não
discutirei sobre qual fase, álbuns ou músicas os fãs preferem, até porque será mais um motivo para esse assunto perpetuar em direção ao infinito. Mas gostaria levantar tal questionamento: Se a banda está sendo criticada do jeito que está, é porque há algo de errado. Sim, provavelmente aquele fã mais fanático vai dizer que não há nada de errado ... mas cuidado, dizem por aí que f
anatismo também é não ter cabeça aberta para enxergar determinadas coisas que estão à nossa volta.

Então, de que lado você irá ficar ?