Polêmico Rock - Grande amigo Marcos De Ros, é um imenso prazer e honra tê-lo aqui, nas páginas do Polêmico Rock! Para começar o nosso bate papo, comece falando um pouco de sua história de músico, e dessa longa jornada que se estende até os dias de hoje.
Marcos De Ros - Bom, comecei aí pelos nove anos, totalmente influenciado pelo Angus Young. Como o passar do tempo, entravam novos ídolos na lista, como Randy Rhoads, Eddie Van Halen e o Hendrix. O importante é que, uma vez atacado pelo vírus da música, minha vida ganhou outro sentido, sem nunca retroceder.
Polêmico Rock - Você possui seu trabalho solo, e pelo que eu entendi, você faz algumas participações esporádicas com outros músicos. Hoje, você consegue viver da música? Me explique um pouco também sobre a dificuldade de ser músico no Brasil.
Marcos De Ros - Antes de dizer que eu vivo da música, devo dizer que eu vivo para a música, e o resto é conseqüência. Existem muitas dificuldades para ser músico no Brasil, mas, não se iluda, é difícil em qualquer lugar. Na verdade, vivemos num país onde as oportunidades estão crescendo muito, mas é preciso usar a cabeça e muito trabalho para aproveitá-las!
Polêmico Rock - Você é um guitarrista ‘tombado’ à música clássica, mas é inegável que você atraia diferentes públicos, correto? A título de exemplo, podemos citar boa parte do público metaleiro e a maior parte do público de música clássica. Nos fale um pouco sobre isso.
Marcos De Ros - Eu tenho meus gostos que são bem específicos. Curto gêneros musicais mais exuberantes e de caráter forte. O tango, por exemplo, para os meus ouvidos, é tão poderoso quanto o metal, e o choro, tão virtuosístico quanto muitas composições eruditas. Não sou um cara muito sutil, talvez por isso a história de “um banquinho e um violão” não seja muito a minha praia. O público de rock mais pesado curte quando toco sons diferentes, porque, na essência, eu procuro imprimir a minha personalidade no que eu toco. Quem curte o meu som, acaba curtindo se eu toco um baião, um blues, um metal, um tango, uma trilha de cinema ou desenho animado, uma música erudita e, naturalmente, minhas próprias composições.
Polêmico Rock - Como tem sido a aceitação do público perante ao seu trabalho ao longo de todos esses anos? Você já chegou a demonstrar seu trabalho no exterior? Como foi/é a aceitação lá fora?
Marcos De Ros - Nos últimos anos eu sumi um pouco da mídia nacional, pois estava fazendo a média de três turnês por ano na América do Sul, junto ao meu amigo Pablo Soler. Me dei conta que tinha que trabalhar mais aqui no Brasil, pois ser conhecido na Bolívia não me rendia tantos frutos como ser conhecido aqui. Mas adoro viajar e creio que, esse ano, terei mais alguns carimbos no passaporte!
Polêmico Rock - Comente um pouco sobre suas influências; digo, tantos as bandas/músicos quanto demais elementos que o influenciou nesta trajetória.
Marcos De Ros - Dentro da guitarra, acho que os principais, depois daqueles que já citei, foram o Paul Gilbert, Steve Vai, Malmsteen, Al Di Meola e Jason Becker. Fora da guitarra, vai de J.S. Bach até Jacob do Bandolim, passando por Ennio Morricone, Paganini e Astor Piazzolla. São muitíssimos nomes para listar aqui!
Polêmico Rock - Você possui dois trabalhos lançados: Masterpieces e Masterpieces 2, embora este último tenha sido lançado em 2004. Estou certo disso? Você pretende lançar algum outro trabalho em um futuro próximo?
Marcos De Ros - Não! (risos) Só dois? Achei que era mais! Peraí, vamos contar direito:
De Ros “Ad Dei Gloriam” (CD )- 1992
De Ros “Universe” (CD) - 1997
Marcos De Ros “Masterpieces” (CD) - 1999
Akashic “Timeless Realm” (CD) - 2000
Marcos De Ros “Advanced Guitar Techniques” (CD-ROM) - 2002
Marcos De Ros “Masterpieces 2” (CD) - 2004
Marcos De Ros “Intense Picking” (CD-ROM) - 2004
Akashic “A Brand New Day” (CD) - 2005
Marcos De Ros “Rock Masterpieces (Songs From My Youth)” (Downloadable CD) - 2008
Marcos De Ros & Pablo Soler “South American Guitar Masters” (CD-Rom) - 2009
De Ros “Live 9793” (DVD) - 2009
Marcos De Ros & Éder Bergozza “Peças de Bravura” (DVD/CD) – 2010
Vish, deu bem mais do que dois nas minhas contas, (risos). Mas vou lançar um (ou dois) trabalhos novos ainda esse ano! Aguarde!
Polêmico Rock – Porra! Me sinto envergonhado ... peço perdão pelo engano, e prometo me aprofundar mais no seu trabalho a partir de hoje! Mudando de assunto, é inegável que, entrevistas como esta atraiam olhares de outros músicos, principalmente dos seus fãs, obviamente. Portanto, gostaria que você falasse um pouco sobre os equipamentos que você usa/gosta de usar: captadores, pedais/pedaleiras, marcas de guitarra, tipos de distorção, etc.
Marcos De Ros - Beleza, aqui vai a lista de equipamentos que eu uso e sou endorsee:
C. Peruzzo (guitarras) (Brasil)
Graphtech (saddles e nuts) (USA)
Dean Markley (cordas) (USA)
D.S. (captadores) (Argentina)
Ibox (suportes e correias) (Brasil)
Fuhrmann (pedais) (Brasil)
Tecniforte (cabos) (Brasil)
V. Picks (palhetas) (USA)
Polêmico Rock - Como acontece o processo de composição das suas canções? Você, por exemplo, senta para pensar em algo e compor, ou você tem determinados momentos de inspiração e corre para escrever algo? Pergunto isso, pois já li muitas entrevistas inclusive na Guitar Player, de músicos que às vezes até sonham com determinado riff (risos) e depois que acordam correm para relembrá-lo e anotá-lo; acredito que seja algo comum.
Marcos De Ros - Isso de sonhar nunca aconteceu comigo. Eu posso compor com a guitarra na mão e vou tocando/gravando as melhores idéias, ou compor direto no computador, escrevendo as partituras, como foi o “Peças de Bravura”, que, por isso mesmo, tem um caráter mais erudito.
Polêmico Rock - Eu vou citar o nome de determinados músicos, e gostaria que você desse sua opinião sobre os mesmos, ok? Então vamos a eles:
Marcos De Ros - Niccolò Paganinni; Mega influência e um herói da minha infância. Aprendi a ler espanhol porque achei uma biografia dele num sebo nessa língua, então comprei também um dicionário e mãos à obra!
Yngwie Malmsteen; O primeiro álbum instrumental dele, o “Rising Force” foi talvez o disco que mais escutei na minha vida! Excelente!!
Dimebag Darrel; Curto muito o som dele, acho que era um cara que sabia tocar com agressividade e soar muito bem.
Tony Iommi; O pai do metal. Se não fosse ele, nada disso existiria e estaríamos ouvindo valsas e boleros até hoje; nada contra valsas e boleros, (risos).
John Petrucci; Grande guitarrista, excelente músico. Curto muito ele tanto como compositor como tecnicamente.
Jimmy Page; Um cara bem controverso, Até a pouco tempo atrás, achava ele genial, mas parece que ele era chegado em copiar umas músicas, então, não sei o que dizer, fora que o Led era uma grande banda.
James Murphy (Testament, Death); Conheço pouquíssimo do trabalho dele.
Alex Webster; Esse eu tive que procurar no Google para saber quem era, (risos)! Não sou muito chegado a sons extremos, principalmente por causa dos vocais. Se fosse instrumental, com certeza eu iria curtir muito mais. Não se esqueça que já estou velho (risos).
Les Claypool; O baixista do Primus, né? Esse cara é ótimo, conseguiu fazer um trabalho revolucionário dentro do seu instrumento e atingir a grande massa consumidora de música pop. Ele é demais!
Polêmico Rock - Me fale um pouco dos seus planos para 2012.
Marcos De Ros - Aparentemente a “SAF’ (Sociedade das Aventuras Fantásticas) vai ser revelada na integra, e deixará de ser secreta. Mais do que isso não posso dizer, pois as outras informações ainda são altamente confidenciais...
Polêmico Rock - Marcos, gostaria que você deixasse alguma mensagem para os seus fãs neste momento, e algum contato para shows, caso queira.
Marcos De Ros - Fico super feliz com a aceitação do meu trabalho por parte da galera e confiram as novidades no meu canal do Youtube, Facebook e twitter!
Polêmico Rock - Por fim, um enorme prazer foi tê-lo aqui em minhas páginas, e fique a vontade para retornar quando bem desejar. Grande abraço, Horns Up!
Marcos De Ros - Abração e te agradeço demais pelo espaço! \m/
De Ros...o cara é um belo músico, e respeita seus seguidores e fãs como ninguém...
ResponderExcluirQue Deus continue iluminando o caminho desse ilustre músico...
Na moral, o som que esse De Ros faz é único. Mistura influências da música brasileira de raiz com pegada de guitarra, rock e o clássico do piano. Muuuuito animal!!!
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